domingo, 18 de julho de 2010

Mulheres, ao campo!


Retomando a historia das mulheres no futebol e para situar o amigo ou a amiga que não leu o texto anterior, o CND – Conselho Nacional dos Desportos, deliberou, ajustando a proibição da prática de futebol pelas mulheres. A advogada Zulaie Cobra Ribeiro, foi a responsável por conseguir a liberação junto ao STF – Superior Tribunal Federal, última instância a que se recorre de uma decisão. Mas ela não tomaria parte nesta luta, não fosse o convite de Rose do Rio, uma das pioneiras no futebol feminino nacional. E é a história dela que você conhece agora.

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A primeira técnica do futebol brasileiro

A primeira técnica do futebol brasileiro

Roseli Cordeiro Filardo, a Rose do Rio, nasceu em 19 de julho de 1953 em Curitiba, Paraná e aos 15 anos começou a jogar futebol integrando a equipe de São José dos Pinhais e a seleção paranaene. Rose sempre praticou esportes, como ela mesmo nos contou: “Eu sempre fui apaixonada pelo esporte, joguei voley e basquete no colégio quando menina, com o futebol aconteceu o mesmo.”

Rose deixou Curitiba para viver no Rio de Janeiro, onde jogou pelo Vasco, Portuguesa, Beija-Flor e Seleção Carioca. Em São Paulo, jogou pelo Palmeiras, Penalty, Serra Moreira, Águia de Ouro, Seleção Paulista e foi convocada para a primeira Seleção Brasileira de Futebol Feminino.

Acerca da proibição do CND da prática do futebol pelas mulheres, a guerreira Rose nos disse: “A proibição do CND pelo futebol feminino foi justamente em uma década onde os militares dominavam o esporte no Brasil e o futebol feminino não poderia ficar de fora, pois o Brasil foi e continua sendo machista e preconceituoso. Esse negócio de igualdade é só no papel, pois na prática é outra, mesmo com o avanço da mulher na sociedade brasileira.”

Rose nunca baixou a guarda. A guerreira continua lutando pelos direitos das mulheres

Rose nunca baixou a guarda. A guerreira continua lutando pelos direitos das mulheres

Depois de atuar 20 anos como jogadora (de 1970 à 1990), Rose do Rio foi a primeira mulher técnica de futebol, a primeira que se formou na Associação Brasileira de Treinadores de Futebol e Sindicato dos Treinadores de Futebol.
Apesar de treinadora, não deixa também de jogar a sua “bolinha” quando tem oportunidade, principalmente na Praia de Copacabana. Se formou como treinadora de futebol na Universidade Do Rio de Janeiro.

Com Casagrande e Sócrates, dois ícones da Democracia Corinthiana

Com Casagrande e Sócrates, dois ícones da Democracia Corinthiana

Rose bateu bola com Sócrates e Casagrande, e nos contou como foi essa experiência: “Quanto a bater uma bolinha com esses homens maravilhosos, foi gratificante, porque só mesmo os conhecendo de perto, como foi o meu caso, pra saber o quanto foram grandes craques dentro de campo e grandes homens fora de campo, com uma sensibilidade muito grande em relação à mulher jogar futebol.”

Rose do Rio é formada também em Direito, pela Universidade SUAM do Rio de Janeiro, Treinadora de futebol pela Universidade do Rio de Janeiro, técnica de futebol – FOOTECON, técnica esportiva, workshop de marketing esportivo e pertence ao Sindicato dos Treinadores.

“Ser a primeira mulher técnica de futebol nesse Brasil onde o futebol é masculino, imagine, eu no meio desse mundo de preconceito e discriminação, mesmo com algumas mudanças nas leis sobre discriminação, é só você ver as próprias seleções brasileiras de futebol feminino, veja as fotos e procure mulheres na comissão técnica.”

Presidente e Fundadora da Associação de Futebol Feminino do Rio de Janeiro – AFFERJ – desde 1987. A frente também da Liga Brasileira de Futebol Feminino. Em 1982, começou a sua liderança à frente do futebol feminino no Brasil para o reconhecimento da categoria. A luta de Rose do Rio não acabou, e ela continua liderando e organizando as meninas para reconhecimento da categoria, o que significa lutar pela profissionalização das jogadoras de futebol.

“Vou continuar lutando para que as futuras gerações do futebol feminino possam entrar em campo profissionais e respeitadas. Projetos sempre tenho, é só os senhores feudais deixarem de lado o machismo e a discriminação que chegaremos lá. A minha expectativa é de sempre acreditar nos meus sonhos de menina, adolescente, adulta, de que um dia nesse mundo, as mulheres vão mandar e o futebol feminino vai ultrapassar o masculino. O que poderia ser feito é simples, nos deixar trabalhar, fazer parcerias com as mulheres pra ver se a coisa acontece ou não.”

Com a capitã da seleção Aline Pelegrino no último encontro para o futebol feminino e na labuta, como sempre

Com a capitã da seleção Aline Pelegrino no último encontro para o futebol feminino e na labuta, como sempre

quinta-feira, 22 de abril de 2010

PENEIRA PARA JOGOS REGIONAIS DO ESTADO DE SÃO PAULO

foto

A Equipe de Taubaté, cidade esta que sera sede de mais uma edição dos Jogos Regionais da segunda região do Estado de São Paulo, estará realizando uma seletiva no dia 17 de abril (sábado) as 15 horas em Taubate.

Atletas interessadas em participar dos jogos regionais, devem comparecer ao teste munidas de shorts, meias, tenis, caneleiras, camiseta para participarem dos testes de avaliação que sera aplicada pelos treinadores: Marcio Silva e Isabel Reis.
As atletas deverão ter entre 17 e 21 anos ja completados em 2010.

A equipe estará disputando este ano as seguintes competições:

COPA BRASIL adulto
JOGOS REGIONAIS
TORNEIO DE CACHOEIRA PAULISTA
COPA MINAS-SÃO PAULO
TORNEIO INTERNACIONAL DE BUENOS AIRES
COPA OURO sub 21

Anote o endereço do ginasio:

Rua Julio Toffoli, s/nº
Bairro Cidade de Deus (proximo ao Mercatau / Supermercado Itambé)
Taubaté (SP)

Horario 15 horas
Dia 17 de abril (sabado)
Contato: marcio_futsal@yahoo.com.br

Link permanente 15:24:51, por Denise Veríssimo Email , 212 palavras, 342 visualizações Portuguese (BR)
Categorias: USS/Vassouras

FUTEBOL FEMININO: USS/VASSOURAS SEGUE A PREPARAÇÃO PARA AS COMPETIÇÕES DO ANO

Enquanto não chega a hora das competições oficiais, a equipe de
futebol feminino da USS/Vassouras segue sua preparação com
adversários fortes no cenário da modalidade no país. No último sábado
(10), as equipes da categoria adulto e sub-18 enfrentaram o São José
(SP), em São José dos Campos. No sub-18, empate em 2 a 2, com gols de
Flávia e Brígida. No adulto, derrota por 3 a 0.

Mais do que os resultados, o objetivo da comissão técnica da
USS/Vassouras é dar mais rodagem ao time para que ele possa atingir
os objetivos: o título estadual e a vaga na Copa do Brasil. Por isso,
a equipe deve enfrentar a Portuguesa (SP), ainda nesta semana.

Para o técnico Anderson Souza, a equipe vem ganhando muito com estes
últimos confrontos.

– Eu estou usando as meninas mais jovens nestes amistosos para que
elas ganhem mais experiência. Pois no segundo semestre, quando as
competições iniciarem, o grupo tem de estar mais homogêneo e mais
forte. Estes amistosos fora do Rio de Janeiro são bons para conhecer
outras escolas de futebol feminino – explicou.

sábado, 16 de janeiro de 2010

MULHER EM CAMPO

Dentro de campo, são 90 minutos de bola rolando, faltas, pedaladas e muita competição, mas logo ao lado, nas arquibancadas do estádio, estão mulheres dispostas a doar todas as energias na torcida por seus times de coração.

Elas, ao contrário de muitas, não vão aos estádios só para acompanhar os namorados, maridos e irmãos e muito menos para "colocar a conversa em dia". Essas mulheres, que assistem aos jogos ao vivo, são torcedoras fanáticas que driblam as piadas de mau gosto só para torcer e se divertir.

A advogada Carla Moulin, de 27 anos, foi ao seu primeiro jogo de futebol nas eliminatórias da Copa do Mundo em 1993, quando o Brasil ganhou por 2 a 0 da seleção uruguaia. Desde então, assumiu isso como um hobbie. "Naquele mesmo ano, lembro-me de assistir à final da Copa Conmebol entre Botafogo e Peñarol pela TV, mas meu desejo era estar no Maracanã", diz. Hoje, 14 anos mais tarde, ela já tem até as datas dos jogos reservadas na agenda para ver seu time jogar.

A maioria das mulheres que gostam do esporte alega que ir aos estádios de futebol passa longe de ser um passeio qualquer. Apesar de aproveitarem para encontrar os amigos, elas garantem que estão lá para apreciar o jogo. "Prestamos muita atenção e vibramos de verdade com os bons lances, bem como ficamos arrasadas quando eles não são favoráveis", diz Maiara Batista Prado, presidente da torcida organizada Savóia Feminina.

A Savóia Feminina, ala da Torcida Acadêmicos da Savóia, conta com a participação de várias meninas fanáticas pelo Palmeiras, que vão aos jogos de futebol para dar "aquela" forcinha para o time. "Enfrentamos qualquer tempo,qualquer horário, qualquer dia e qualquer lugar para acompanhar o Palmeiras", enfatiza.

A presidente Maiara já não nega mais que a paixão pelo time é, segundo ela, maior que tudo. "Lembro que havia alguns jogos durante a semana que eu fingia estar doente para faltar no colégio só para ir", revela. Sobre a participação feminina em estádios de futebol, ela diz: "Somos tão humanas quanto os homens e também somos capazes de gostar de futebol".

Porém, quando a questão é o envolvimento das mulheres em assuntos tipicamente masculinos, é impossível não abordar o preconceito. Em maio de 2005, as jornalistas esportivas Delisieé Teixeira, Ana Zimmermann e Gisele Rech, se reuniram no debate "A Mulher, o Futebol e a Comunicação", no Paraná, para discutir a participação das mulheres no jornalismo esportivo. Elas também comentaram a presença feminina nos estádios de futebol e exaltaram que estar num meio machista não é fácil, mas é preciso que a mulher imponha respeito. Na ocasião, as profissionais ainda aproveitaram para enfatizar: "Não vamos ao estádio por que estamos interessadas nas pernas dos jogadores. Vamos porque gostamos de futebol".

As vontades excêntricas das mulheres sempre deram o que falar. Ser pilota de avião? Imagina! Policial ou motorista de ônibus? Nem pensar! E não poderia ser diferente em relação ao futebol. Quando vão aos estádios, por exemplo, são obrigadas a ouvir frases feitas e termos ofensivos como "sapatão" e "mulher macho".

A estudante de Publicidade e Propaganda Talita Jacques, de 20 anos, é de família gremista e torce desde os oito anos de idade. "Antes eu ficava incomodada, mas agora não! Não preciso provar nada pra ninguém e minha paixão pelo Grêmio é maior que qualquer coisa. Vou continuar freqüentando o Olímpico (Estádio do grêmio) enquanto eu quiser", afirma. Ela aproveita para dizer que, apesar de o preconceito ter diminuído nos últimos anos, a presença da mulher em estádios ainda é considerada algo anormal. "Muitas pessoas acham que elas são homossexuais. Se são, ninguém tem nada a ver com isso. Todos são iguais e isso não interfere, mas infelizmente nem todos pensam assim", diz.

Há quem diga que existem táticas para diminuir o preconceito dos homens. Carla, por exemplo, revela: "Com eles, a melhor forma de driblar isso é conversar sobre futebol. O papo rende até que eles esquecem que estão falando com uma mulher", diz. De fato, as diferenças são momentaneamente esquecidas. Quem vai ficar sendo preconceituoso quando o time está prestes a botar a bola pra dentro?

No ano passado, o diretor de cinema iraniano Jafar Panahi lançou o filme
"Offside" ("Fora de jogo"), que aborda a história de um grupo de garotas que fazem de tudo para assistir uma partida das eliminatórias da Copa do Mundo, no Azadi Stadium, em Teerã. Ao perceberem a impossibilidade de acesso ao estádio, elas se disfarçam de meninos e tentam driblar a segurança.

Para quem não sabe, as mulheres são proibidas de entrar em estádios no Irã. Em setembro de 2002, o Comitê Cultural do Governo deu uma autorização temporária para a estadia das visitantes no local, contanto que os organizadores do evento fossem capazes de proporcionar as devidas "condições", que incluíam a separação do estádio em alas diferentes. O plano deu errado, já que meses depois, alegou-se que nos jogos, insultos de baixo calão eram gritados e isso poderia afetar, de alguma forma, as mulheres.

Com o apoio da imprensa e com a pressão feminina, o avanço começou a chegar. O jornal Azad chegou até a publicar uma matéria especial em que dizia que algumas mulheres realmente se vestiam de homem para ter livre acesso ao esporte.

Em 2003, os responsáveis pelo jogo do time Paykan admitiram que três jornalistas e um grupo pequeno de torcedoras entrassem no estádio Khodro, no Teerã, para ver a bola rolar ao vivo.

No Brasil, o acesso aos estádios é livre a todos e ninguém precisa se fingir de homem, mas, ainda existe a questão da aceitação, que vem tanto de dentro de casa, por parte dos parentes, quanto de fora, por parte da sociedade. Que a opinião dos outros é importante, ninguém tem dúvidas, mas será que precisamos mesmo viver em função disso?