sábado, 11 de abril de 2009

DEVAGAR ESTAMOS CHEGANDO LA!!

FUTEBOL FEMININO

Quem pensa que futebol feminino é novidade, está muito enganado. Inglaterra e Escócia foram os personagens da primeira partida de futebol entre mulheres, em 1898, em Londres.
No Brasil, a primeira partida de futebol feminino foi realizada em 1921, em São Paulo, onde enfrentaram-se os times das senhoritas catarinenses e tremembeenses.
Mas o que hoje é tão normal para nós levou muito tempo para ser conquistado. Em 1964, o Conselho Nacional de Desportos - CND proibiu a prática do futebol feminino no Brasil. Levou tempo para mudar essa situação. A decisão só foi revogada em 1981. E em 1996 o futebol feminino foi incluído como categoria nas Olimpíadas. O Brasil ficou com o quarto lugar, a mesma colocação que obteve nas Olimpíadas de Sydney, em 2000.
Em 2003, sob o comando do técnico Paulo Gonçalves, as meninas conquistaram a medalha de ouro nos Jogos Panamericanos e também o tetracampeonato sul-americano.
A seleção brasileira conquistou a medalha de ouro do torneio de futebol feminino dos XV Jogos Pan-Americanos Rio-2007.
Foi um fim de filme perfeito. Com tudo saindo conforme o script. Maracanã lotado, festa da torcida na arquibancada, show de Marta em campo, goleada de 5 a 0 sobre os Estados Unidos e medalha de ouro no peito. Ainda que os EUA tenham trazido o time B, isso não diminuiu os méritos das brasileiras. A campanha foi irretocável. As meninas do futebol feminino terminaram a campanha do bicampeonato no Pan-Americano, com seis vitórias em seis jogos. Foram 33 gols marcados e nenhum sofrido.
O show foi comandado pela estrela brasileira Marta que fez dois gols e ainda deu passes para outros dois. A melhor jogadora do mundo teve o nome gritado pela torcida e ganhou até uma música durante o segundo tempo. No fim, ela termina o Pan-Americano como melhor jogadora e também artilheira da competição, com 12 gols.

FUTEBOL FEMININO NAS OLIMPÍADAS

ANO SEDE

Ouro

Prata

Bronze

2004

Atenas EUA Brasil Alemanha

2000

Sydney Noruega EUA Alemanha

1996

Atlanta EUA China Noruega
.

As meninas do futebol deixaram o Estádio Karaiskaki com a medalha de prata no peito, mas fizeram campanha de ouro em Atenas. A derrota por 1 a 0 na prorrogação, depois de empate por 1 a 1 no tempo normal, nesta quinta-feira (26/08), em Atenas, não abalou em nada o desempenho da seleção, que superou inúmeras dificuldades para alcançar o segundo lugar e subir ao pódio pela primeira vez na história.

Na foto:Pretinha (dir) é abraçada por Mônica pelo gol de empate do Brasil

O fato de terem encarado o poderoso time dos Estados Unidos de igual para igual, e até terem jogado melhor na maior parte do confronto, mostrou a grandeza das jogadoras. Durante a período de preparação e da Olimpíada, elas, que em sua maioria estão desempregadas, receberam a irrisória quantia de R$ 35,00 por dia, além de uma ajuda de custo. As campeãs ganharam cerca de US$ 4 mil mensais nos quatro meses em que ficaram treinando para os Jogos. Ou seja, aproximadamente 11 vezes mais. Pelo título, cada americana vai embolsar US$ 25 mil ou R$ 75 mil, mais do que muitas brasileiras faturaram em toda a carreira.

Na cerimônia de entrega de medalhas, um misto de decepção e alegria. A felicidade pela conquista da inédita medalha. A tristeza pela forma como o Brasil perdeu o ouro. Criou chances para ganhar, foi prejudicado pela arbitragem, pecou em pequenos detalhes e acabou caindo diante de seu maior rival. Em 20 duelos até nesta quinta-feira, os Estados Unidos haviam vencido 17, perdido só um e empatado dois.

"No vestiário, algumas jogadoras choraram, eu tentei levantar o ânimo delas, foi difícil aceitar uma derrota como essa, mas é o futebol", declarou René Simões, visivelmente aborrecido.

O jogo foi digno de uma grande final, com tom dramático do começo ao fim, oportunidades de gol e indefinição até o último segundo. A personalidade das brasileiras em campo foi marcante. Não se intimidaram em nenhum momento contra o "dream team" do futebol feminino, ouro em Atlanta-96 e prata em Sydney-2000, além de vencedor de dois Mundiais, em 1991, na China, e, em 99, em casa.

Se é que existe justiça ou injustiça no esporte, o Brasil, sem dúvida, merecia ter saído como campeão olímpico. O início foi equilibrado e as americanas acabaram acertando o primeiro bom chute, com Lindsay Tarpley, para abrir o placar, aos 39 minutos. A origem do lance, porém, foi irregular. Kristine Lilly passou a bola para a companheira com o braço, mas a juíza Jenny Palmqvist não percebeu.

As sul-americanas não desanimaram e foram em busca do empate. O gol de Pretinha, após excelente jogada de Cristiane, aos 28 da segunda etapa, levantou ainda mais o astral do time e calou a torcida americana, maioria entre os 10 mil espectadores. Até o fim do tempo normal, só o Brasil jogou. Cristiane e Pretinha acertaram a trave da sortuda goleira Briana Scurry, enquanto as rivais não viam a bola.

Os deuses pareciam estar ao lado de Mia Hamm, a famosa atacante norte-americana, de 32 anos, que pendurou as chuteiras assim que acabou a partida. Queriam dar a ela o ouro na despedida.

Antes da prorrogação, um fato curioso. A árbitra Palmqvist torceu o tornozelo direito e foi substituída por Dianne Ferreira-James, da Guiana. E Dianne não entrou bem. Na primeira etapa do tempo extra, não deu um pênalti para o Brasil. Daniela arrematou para o gol. A bola foi desviada pela mão de uma zagueira americana. No fim, faltando 9 minutos para a decisão por pênaltis, Abby Wambach cabeceou com força para dar o ouro aos Estados Unidos, o segundo em três Olimpíadas.

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